Aos 60 anos, ex-goleiro é o maior ídolo vivo do futebol da Rússia. Ele relembra encontros com a seleção brasileira e vitória no Maracanã: “Zico perdeu pênalti, mas eu ia defender”
Um brasileiro pode defender o gol da seleção russa na próxima Copa do Mundo. Aos 31 anos, Guilherme joga no Lokomotiv Moscou há dez temporadas. Se naturalizou e faz parte do grupo que começa a disputa da Copa das Confederações neste sábado, em São Petersburgo, contra a Nova Zelândia. Tem grandes chances de ser um dos goleiros russos no Mundial. Aqui, isso não é uma tarefa das mais simples. A camisa 1 está para o futebol russo como a 10 de Pelé para o futebol brasileiro. Culpa de Lev Yashin, o Aranha Negra, principal símbolo do futebol da Rússia. Mesmo 47 anos depois da aposentadoria da seleção, 27 anos após a morte, é lembrado como o pioneiro de uma tradição russa sem comparação no futebol mundial, em que a camisa 1 vem acima de todas as outras.
No último dia 13 de junho, o maior ídolo vivo do futebol russo completou 60 anos. Rinat Dasaev. Goleiro da União Soviética em três Copas do Mundo, fugiu da entrevista durante semanas, mas fez o que não costumava fazer nos temos de jogador: cedeu. No campo do Estádio do Spartak, clube que defendeu e do qual hoje é funcionário – ele treina goleiros da base -, confirmou que é um sujeito de personalidade forte, mas terminou a conversa sorrindo. Referência dos anos 80, foi um dos maiores de todos os tempos na posição. Talvez por isso tenha ouvido de Telê Santana um elogio memorável.
– Uma vez Santana me disse: se o Dasaev fosse o nosso goleiro, ganharíamos a Copa de 82 (risos). – Valdir Peres era o goleiro titular da Seleção naquele Mundial.